sexta-feira, 16 de outubro de 2009

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO: EXPLORANDO AS SITUAÇÕES COTIDIANAS



Geralmente as crianças já sabem contar quando chegam à escola, e a grande maioria dos/as professores/as apenas realiza exercícios de escrita dos numerais e de correspondência entre eles e conjuntos. No entanto, contar de memória é diferente de contar com significado, o que exige uma estrutura lógico-matemática construída pela criança.
A criança não constrói o número fora do contexto geral do pensamento do seu cotidiano. Para Piaget, os conceitos lógicos precedem os numéricos. O conceito de número baseia-se na formação e sistematização da mente em duas operações: classificação e seriação. A simples observação de classificações ou seriações prontas não são suficientes para a criança. Cabe ao/a professor/a oportunizar desde a Educação Infantil várias situações que permitam ao/a aluno/a elaborar estes processos. Para Kamii, o ensino do número deveria encorajar a criança a colocar todos os tipos de coisas em todas as espécies de relações. Segundo Rangel, é somente agindo intensamente sobre os objetos em atividades como quantificar coleções significativas para ela que a criança poderá ir progressivamente construindo a estrutura do número que é a base para todo o conhecimento lógico-matemático.
Nestas atividades cotidianas o que fará a diferença será a intervenção do/a professor/a ou a sua intencionalidade pedagógica. Para isto, ele/a deve conhecer a maneira de pensar da criança a fim de fazer intervenções adequadas que possibilitem a elas confrontarem suas hipóteses, desequilibrando-se cognitivamente, e a partir de sua ação sobre o objeto possam estabelecer conexões entre o que sabem e o novo, construindo assim um novo conhecimento, e aos poucos possam ir conquistando a tão desejada autonomia intelectual. Segundo Piaget, os adultos estimulam o desenvolvimento da autonomia intelectual da criança quando intercambiam pontos de vista com as crianças, ou seja, a interação entre professor/a e aluno/a é fundamental.
Contextualizar o aprendizado da criança e fazer com que ele se amplie é um grande desafio do
Segundo Marincek o papel do/a professor/a é planejar boas atividades de aprendizagem. Por exemplo, ao trabalhar com situações problemas os/as alunos/as estarão envolvidos com a essência da atividade matemática e estarão utilizando diversas habilidades para resolvê-los, como antecipação das soluções, formulação de resultados, justificação de escolhas, argumentação de postos de vista, e, desta forma, acaba por construir um conhecimento contextualizado. Conforme destaca Zabala, é uma das funções sociais da escola; fazer com que o conhecimento cotidiano fique melhor. O/a professor/a deve aproveitar a bagagem cultural que a criança traz de seu meio social e a partir desta explorar suas concepções de mundo tornando-a consciente de seus atos e do motivo das coisas se constituírem como são, mas acima de tudo utilizar esses conhecimentos cotidianos como uma forma de progresso, propiciando que estes evoluam para o nível dos conceitos científicos, pois, a aprendizagem dirigida pelo educador/a é qualitativamente superior aos processos espontâneos de aprendizagem.
Segundo Smolle (2000) além de habilidades lógicas matemáticas é necessário que os/as alunos/as tenham a oportunidade de ampliar suas competências espaciais, corporais, intelectuais, intrapessoais e interpessoais. As brincadeiras infantis possibilitam explorar idéias referentes a número de um modo diferente do convencional, pois brincar é mais do que uma atividade lúdica é um modo de obter informações, além de aquisição de hábitos e atitudes importantes.



Sugestões de atividades:


Desta forma, considerando que a falta de noção de número impede a compreensão das relações numéricas podemos organizar uma seqüência de atividades relacionadas com a vida cotidiana da criança, para que a construção numérica tenha sentido, favorecendo assim o estabelecimento de diversas relações:
- Encorajar as crianças a quantificar objetos logicamente e a comparar conjuntos em atividades como a de levar lápis para todos os colegas do grupo em que ela senta.


- Organizar cinco, dois ou três grupos com as cadeiras da sala.
- Comparar o grupo de meninos e meninas. - Distribuição das merendas, observando como realiza esta tarefa, desafiando-a a distribuir de forma igual para todos os colegas certa quantidade de biscoitos, bolo, balas, pirulitos etc.
- Propor a ida a um supermercado onde cada criança terá a tarefa de comprar pirulitos ou balas para certa quantidade de pessoas, observando como realiza a compra e se usa a relação termo-a-termo para efetuar a compra.
- Construção de gráficos sobre as letras do nome, a quantidade de pessoas da família, meio de transporte utilizado para ir à escola, mês de nascimento, idade, altura, cor dos olhos, cabelos etc.; explorando e analisando com os alunos os dados obtidos.
- Explorar a escrita e a leitura do nome, em que as crianças devem identificar cada letra do seu nome, recortando-as e destacando-as. Reconstruir a escrita do nome colando as letras com o apoio de um pequeno crachá, ordenado-as em correspondência termo-a-termo. Quantificar as letras do nome separando com o apoio na correspondência termo-a-termo, um palito de picolé ou forminha de doce para cada letra do nome, estabelecendo relações do tipo: Quantos palitos ou forminhas recebeu? Quantos ganhou? Quantos faltam? Quantos sobram? Quem ganhou mais, menos, a mesma quantidade? Nesta atividade pode-se realizar um jogo de memória com os palitos ou forminha, tentando formar o seu nome e explorando os mesmos aspectos que foram descritos acima.

AGUARDEM CONSTRUÇÃO DE ALBUM DE HISTÓRIA PARA CRIANÇAS MENORES.

Nenhum comentário: