quarta-feira, 14 de outubro de 2009

“Aprender a Aprender"

“OS QUATROS PILARES DA EDUCAÇÃO”

Comecemos então a pensar o significado dessa expressão, tão simples mas ao mesmo tempo profunda no que diz respeito a atacar um dos maiores problemas que atingem nossos alunos e que os dificulta a aprender. O que realmente significa “aprender a aprender”?
Os quatro pilares são: aprender a aprender, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser. De forma bem simples, os quatro pilares tratam sobre as várias formas de aprendizado que devemos ter em nossas vidas.
O primeiro fala sobre a importância de sabermos como aprender antes de querer aprender um determinado assunto/tarefa, caso contrário o aprendizado deste será inócuo, uma vez que muito provavelmente não haverá aprendizado.
O segundo fala sobre a necessidade não somente de saber “como funciona na teoria”, mas na prática, exercitando, construindo, realizando. O aprender por aprender não parece muito útil, exceto quando ele consegue gerar algum fruto real que nos traga benefícios, concorda?
O terceiro fala sobre como precisamos redescobrir nosso convívio social a fim de que aquilo que aprendamos seja útil não somente para nós, mas no meio em que nos inserimos. Desta forma, aprendo as tarefas necessárias para que eu possa ser útil na sociedade em que vivo, fazendo a minha parte para o bem-estar coletivo.
E, por fim, o quarto pilar, o aprender a ser, ou seja, somente após aprendermos a aprender, a fazer e a conviver é que podemos realmente definir nossa identidade em nosso meio, saber quem somos
A ordem dos pilares é a mesma ordem em que cada mudança deveria ocorrer, sendo assim, estamos bastante atrasados na luta, já que o “aprender a aprender”, infelizmente, ainda não é uma realidade.
Na verdade, algumas pessoas já começaram a aprender a aprender, o problema é que, de alguma forma, tal conhecimento ainda é bastante tácito e restrito a alguns poucos.
Para que tal aprendizado comece a ser realmente disseminado, acredito que estão faltando recursos, reforma no modelo educacional vigente e conscientização de todos os envolvidos nesse processo.
Quanto ao aprender a aprender, acredito que é muito complicado alcançar tal tarefa com os poucos recursos que há hoje: os professores muitas vezes ainda lidam com somente o quadro-negro (ou, no máximo, o quadro-branco) para melhor “exibir aquilo que quer ensinar”. Sem melhor uso de recursos multimídia que possam facilitar o aprendizado (é do conhecimento de todos que aquilo que é visualizado e ouvido, e assim sendo “vivenciado” mesmo que de forma muito artificial, é melhor fixado em nossa memória do que aquilo que é somente lido), como conseguir falar de aprender como se deve aprender?
Cabe então às autoridades competentes ajudar por meio da introdução de capital e meios suficientes para agilizar a aquisição de recursos que auxiliem não somente o aprendizado dos alunos, como também a capacitação e execução das atividades dos professores.
Como conseguir aprender a aprender quando não sabemos nem mesmo como ensinar? Como conseguir atravessar uma ponte a pé quando nem mesmo sabemos caminhar? Sendo assim, a reforma deve ser profunda, não somente na forma como os professores ensinam aos alunos, não somente na formação educacional destes, mas na organização das escolas e demais estruturas de ensino: como favorecer o aprender a aprender nas escolas se as mesmas hoje estão preocupadas única e exclusivamente com a formação (ou “modelagem”) das mentes de nossos alunos para vestibulares? Quanto maior o número de aprovados, maior a visibilidade positiva que a escola tem. Infelizmente, há muito tempo os pais não mais se interessam em saber qual o modelo educacional adotado pela escola.
Percebam que, propositadamente ou não, acabamos por chegar ao terceiro ponto: a necessidade de conscientização de todos os envolvidos da importância do aprender a aprender. Não adiantaria uma única escola remodelar-se para atender ao primeiro pilar hoje, pois muito provavelmente os pais simplesmente prefeririam matricular seus filhos em outra escola “que melhor prepare para o vestibular”, da mesma forma, os alunos muitas vezes “torceriam os narizes”, acostumados a somente terem que decorar trechos de textos ou fórmulas.
Sim, este é um jogo de xadrez complicado, onde mudar a posição somente de uma peça pode não surtir o efeito esperado, e é isso que torna tão mais complicado fazer o aprender a aprender deixar de ser algo tácito, de conhecimento de alguns poucos indivíduos, e passar a ser conhecimento explícito e comum a todas as pessoas.
Em outras palavras, o aluno que aprende facilmente História ou Biologia mas sente dificuldades em Matemática ou Física ainda não aprendeu realmente a aprender, pois quando se sabe como aprender, pode-se empregar tal conhecimento na arte de aprender qualquer tipo de conteúdo, independente de qual a “categorização” que lhe é atribuída pela escola.Porém promover um aprendizado muito mais integrado e que facilite compreender como cada assunto pode interferir em nosso cotidiano, o aprender a aprender acaba por unir todos os conteúdos que, outrora, eram apresentados de forma tão pulverizada. Passa-se a estudar os conteúdos de História integrados aos de Geografia, que com certeza nos levará a muitos conteúdos de Biologia, uma vez que os avanços em pesquisas biológicas se fazem presentes na cronologia do nosso mundo, da mesma forma que o estudo de Línguas mostrará o seu papel de importância, com as modificações que a mesma sofrera ao longo dos tempos

Experimente aprender a aprender, tenho certeza de que você terá muito mais a ganhar do que a perder


Ah, sim, aprender a aprender realmente vale a pena!

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