domingo, 24 de janeiro de 2010

função do psicopedagogo no processo ensino-aprendizagem e como pode ajudar a lidar com o fracasso escolar?


O processo de aprendizagem está intimamente ligado ao processo de estar no mundo, com suas dificuldades, obstáculos e "confusões vivenciais". Ora, se cada situação é um processo de aprendizado e compreensão, podemos encarar os obstáculos no percurso da vida - tais como, por exemplo, uma situação de fracasso escolar - como favorecedores de crescimento. Parece, no entanto, que a maior preocupação que se tem com respeito a situações consideradas "de fracasso escolar" é com relação ao futuro: seriam elas prenúncio de um fracasso na vida profissional, por exemplo? É importante lembrar que o fracasso escolar deve ser visto como sintoma de alguma outra dificuldade, que, por sua vez, solicita reflexão e mudança. Ligado objetivamente à reprovação escolar, ao indivíduo que não consegue aprender dentro de determinadas estruturas, o fracasso escolar, no entanto, pode ser visto inclusive como um rótulo que camufla as dificuldades de um sistema escolar. O campo de atuação onde ocorre pode ser determinante: reavaliar esse campo e os padrões por ele fixados é de vital importância para a compreensão de situações de dificuldade. Olhar um indivíduo com dificuldades escolares como se fosse um tonel que se esvazia, que não tem memória e não registra nada é, no mínimo, uma postura reducionista, que não permite encará-lo como sujeito de sua própria história. Por isto, o psicopedagogo deve trabalhar em conjunto com a família, a escola e outros profissionais ou instituições envolvidas, para poder chegar a um consenso a respeito dos problemas e das possibilidades de soluções. São questões como essas que merecem a atenção do psicopedagogo, e podem transformá-lo num mediador entre o aluno, a escola e a família, tanto instrumentalizando esse aluno para sua inclusão no sistema de ensino, como instrumentalizando as instituições no sentido de relativizar as expectativas.

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